Você já se perguntou qual é o ponto de origem dos nossos problemas emocionais? 

Segundo a teoria da Psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, 18..., quando ele fala da angústia, ele diz que o trauma do nascimento seria a origem de toda angústia que experimentamos durante a nossa vida. Veja a importância que ele atribui ao trauma! “Angústia é uma reação à percepção de perigo, e o trauma é a causa dessa percepção, que leva ao desenvolvimento de sintomas neuróticos como mecanismo de defesa”, citada na obra: “Inibição, Sintoma e Angústia” (1927). Também explorou a relação entre trauma e ambiente em várias de suas obras. Ele acreditava que o ambiente desempenhava um papel crucial na formação de traumas muitas vezes de natureza emocional ou sexual, podiam ser reprimidos e posteriormente se manifestar como sintomas neuróticos devido à interação com o ambiente. Discutiu também sobre falhas ambientais, como falta de apoio ou a presença de estresse contínuo, poderiam interromper o desenvolvimento saudável e contribuir para a formação de traumas, Freud, Sigmund. Inibição, Sintoma e Angústia. Stanford, Conn. : The Psychoanalytic Institute, 1927. 

Durante a minha formação, numa aula de psicopatologia, foi citada a importância da nossa relação com o ambiente na constituição do trauma. O contato com o ambiente, sempre traz experiências de    desconforto, isso seria inevitável.  

Todo trauma vem de fora! 

Então já posso fazer a seguinte pergunta: Existe algum ser humano que não tenha passado pela experiência traumática? 

Ao nascer, no exato momento que saímos daquele ambiente que presumo, seguro e confortável, que é o útero materno, experimentamos imediatamente um choque, por mais tranquilo que o parto tenha sido. Passar do interior do corpo materno para a vida fora dele, deve ser uma experiência indescritível. Não temos a memória visual disso porque nossos órgãos dos sentidos ainda não estavam ativos o suficiente e, portanto, não criamos uma imagem; também não tínhamos as palavras para descrever o que e como tudo aconteceu dando um sentido para essa experiência 

Então o que ficou na memória foi a sensação! 

E é essa sensação que é chamada de angústia e que sempre nos acompanha de forma silenciosa durante toda a vida e se manifesta em momentos de desamparo.  

Então, todo ser humano guarda em si pelo menos uma experiência traumática: o trauma do nascimento. 

O ponto de origem dos nossos problemas emocionais é o trauma! 

Como perceber os efeitos do trauma? 

Por acaso você se pegou perguntando a si mesmo(a): por que isso sempre acontece comigo? 

Estuda, sabe toda a matéria, mas na hora da prova, Branco! 

Tem amigos(as) mas esses amigos sempre acabam aprontando e por incrível que pareça, a mesma coisa. 

Namorado(a), parece apenas mudar de nome.  

Começa algo muito legal, mas de repente tudo acaba dando errado.  

Essas, entre outras situações, que se repetem em sua vida são evidências da presença de uma experiência traumática. 

O trauma tem como característica a repetição! 

É como se a gente estivesse preso a um comportamento, situação ou mesmo a um tipo de pessoa. 

Você percebe isso na sua vida? 

Por que algumas retornam com frequência? 

Uma das características do trauma é a repetição. 

As situações traumáticas vão se repetindo em nossas vidas. Isso porque nosso cérebro processar o que aconteceu numa tentativa de integrar aquela memória. Isso também acontece com nossos sonhos, aqueles sonhos repetitivos. Aqui também é nosso cérebro trabalhando para processar algum acontecimento traumático. Quando acordamos no meio do sonho, podemos dizer que foi uma tentativa “fracassada”. 

Pensando que a busca do nosso organismo como um todo é o prazer, podemos compreender porque certas experiências que geram desprazer são tão difíceis para “digerir”. 

Tentando elaborar e não conseguindo, a experiência se repete e se repete e se repete! “O paciente não consegue recordar tudo o que está reprimido nele, e o que ele não consegue recordar pode ser a parte essencial de tudo isso. Ele é obrigado a repetir o material reprimido como uma experiência contemporânea, em vez de lembrá-lo como uma experiência do passado,” (Freud, Sigmund. Além do Princípio do Prazer” (1920).  

Existe cura para isso? 

Os traumas podem gerar bloqueios, podemos ficar paralisados diante de certas situações semelhantes ou podemos ficar reativos diante das mesmas. O fato é que perdemos a nossa criatividade porquê estamos presos ao passado. Lembrando que é uma experiência que tem um efeito no corpo, pois quando passamos por momentos que nos perturbam muito, a reação corporal é imediata. Somos uma unidade psicossomática. Sintomas físicos podem ocorrer. Essa reação que eu posso chamar de choque, fica presa no corpo também. 

Não podemos apagar o que aconteceu em nossas vidas, mas podemos reescreve-las a partir do momento em que entramos em contato com elas.  Utilizando a técnica EMDR, essas experiências traumáticas são reprocessadas possibilitando-nos uma reorganização das nossas memórias dentro de um modelo adaptativo. 

Vivendo no passado 

Experiências perturbadoras, que provocaram uma intensidade muito grande dentro de nós, além de não conseguirem uma finalização adaptativa, podem ter como comorbidade uma não aceitação do fato, gerando sentimentos negativos em cima daquela experiência ruim, somando-se a ela. Escolhi pensar na indignação! 

Fico indignado(a) com o que aconteceu ou com a pessoa que me causou desconforto ou até mesmo dor, com ela e com o que ela fez. Uma definição de indignação encontrada na pesquisa do Google, diz assim: “sentimento de cólera ou desprezo encontrado diante de uma situação de indignidade, injustiça, afronta, repulsa, revolta; ira intensa, raiva (definição de Oxford Languages).  

Esse sentimento dirigido para Deus, para a vida ou mesmo para uma pessoa, envolve muitas coisas e para simplificar, eu apenas explicaria com uma pergunta: - por que isso aconteceu comigo? Por que eu fui o alvo dessa pessoa? As coisas em nossa vida, acontecem porque acontecem. Coisas ruins podem acontecer com qualquer pessoa, embora a gente não pense muito sobre isso; se pensássemos em tudo de ruim que poderia nos acontecer, nem levantaríamos da cama. Isso quer dizer que não somos os “escolhidos”, simplesmente estávamos lá e poderia ser uma outra pessoa em nosso lugar. 

Não conseguimos controlar todas as coisas, e pensando sobre isso, precisamos mesmo controlar? Viver a vida faz parte da nossa experiência como humanos que somos.

Na verdade, ficamos presos a um determinado fato tentando entender, tentando encontrar a nossa falha ou como poderíamos ter evitado aquilo se fizéssemos tudo diferente (olha o controle aqui!)?   

Da indignação, caminhamos para a culpa, afinal, algo aconteceu e eu não consegui evitar. 

Culpa é um sentimento que pode se tornar perigoso, conforme a direção que ele toma e como a culpa pode se tornar insuportável, reiniciamos o circuito e voltamos para o início: a indignação! Ficamos assim presos num looping, sem encontrar a saída. Você já passou por isso? 

Mais uma vez, volto a falar que a psicoterapia EMDR, tem efeitos muito positivos nesse movimento disfuncional da nossa psique. 

Ansiedade e a Expectativa do Perigo 

Certa vez, um paciente me contou, que na infância, ele vivia atormentado pela expectativa do perigo, que no seu caso, eram os castigos severos e a violência física pois seu pai, não sabia quando parar. Também relatou que a expectativa do fato de apanhar, era mais terrível que o momento em que apanhava. Também relata que guarda essa memória em seu corpo até os dias atuais, com uma sensação de apreensão presente quase o tempo todo em sua vida. Ele me procurou com um diagnóstico de Síndrome do Pânico. Triste isso! 

Outro, com diagnóstico de Ansiedade Generalizada, não tinha a mesma história do acima citado, mas seu pai era alcoolista e na maioria das vezes, apresentava um comportamento verbal violento e também uma movimentação violenta, chutando coisas, quebrando, batendo portas com força e ele, sem ter sofrido violência física da mesma forma que o anterior, desenvolve um quadro semelhante. 

Indo além, uma moça, de uma família exemplar, me procura apresentando um quadro de inibição e ansiedade, que estavam interferindo em sua vida estudantil, isso porque diante das provas, “sua mente congelava”. Levantando a sua história de vida, pude perceber a severidade dos seus pais. Aqui aparentemente não havia violência, havia o silêncio e esse silêncio para ela, representava a ameaça de perder a admiração dos pais e a possibilidade de ser excluída. Tudo isso, observando como seus pais lidavam com pessoas e situações que eles não concordavam.  

Mais uma vez, em seu livro Inibição, Sintoma e Angústia (1926), Freud considera a expectativa de perigo como um fator que gera ansiedade. Ele chama esta ansiedade de “ansiedade de sinal”. Essa ansiedade serve como mecanismo de defesa, funcionando como uma preparação para enfrentar possíveis perigos. Mas ela pode se tornar disfuncional, mal adaptada, levando a pessoa a desenvolver sintomas neuróticos.  

A expectativa de perigo, pode acionar e reativar traumas vividos no passado, causando respostas emocionais muito ativadas e ansiedade. Mesmo sendo uma resposta emocional adaptativa frente ao perigo, a ansiedade de sinal pode se tornar patológica sem uma regulação adequada 

Trauma, Divisões Dentro Do Ego e Dissociações  

Como a gente vem conversando, o trauma é uma experiência dolorosa. Lembrando que existe aquele mecanismo que envolve nosso organismo como um todo e que busca sempre o prazer, podemos dizer que essa experiência dolorosa que provoca desprazer, pode não ser suportada pelo nosso Ego e este, para nos proteger da dor, faz uma divisão de pessoas(objetos) em bons e maus. A mesma pessoa, (objeto), fica dividida em boa e má. Isso permite que a gente consiga trabalhar com nossos conflitos internos e externos. Poe exemplo, a mãe pode ser dividida em boa, seu aspecto acolhedor e cuidadoso, e má, quando se apresenta em seu aspecto assustador para uma criança, permitindo que esta, se relacione e não perca os aspectos e experiências positivas que elas experienciam em suas vidas. É uma forma de preservar o bom. Em casos patológicos, esse mecanismo pode levar a uma visão polarizada e distorcida da realidade. 

Na dissociação, que também é um mecanismo de defesa do Ego diante da dor, o que acontece é uma desconexão envolvendo sentimentos, pensamentos, memórias podendo gerar Transtorno Dissociativo de Personalidade, que é um quadro muito sério. Dissociação, é uma resposta a traumas graves, tão graves que a pessoa não consegue lidar. Como resultado disso, podem ocorrer amnésias, despersonalização ou mesmo a formação de identidades alternativas. 

Os quadros em que encontramos Divisão(splitting) e Dissociação, não são a mesma coisa, mas ambos aparecem diante de experiências traumáticas.   

Aqui, estou descrevendo mecanismos de defesa do Ego e se ele desenvolve defesas é porque pressupõe perigo. Se ele pressupõe perigo, já passou por ele. 

Ou seja, os mecanismos de defesa do Ego, surgem a partir de experiências traumáticas. Eles podem aparecer e funcionar de forma adaptativa, mas também podem, dependendo da situação de vida de cada indivíduo, ganhar um funcionamento desadaptativo, comprometendo nossos relacionamentos com os outros e com a gente mesmo. Podem prejudicar a forma como vivemos as nossas vidas, a forma como percebemos a nós mesmos e os outros, nos levando a comportamentos inadequados e que não nos beneficiam. 

O fato é, que somos inteiros e as divisões dentro de nós são fantasias que nos levam a viver algo que não é real como se fosse real. 

Dessa forma, não estamos mais funcionando contando com nosso saber e energia. Estamos sendo “vividos” por uma fantasia. Tudo isso acontece sem que tenhamos consciência do que está ocorrendo. 

Aqui eu volto a afirmar os benefícios da psicoterapia EMDR, que através das suas ações terapêuticas promove consciência e consciência trás transformação. 

Quando reorganizamos nossas memórias referente a experiências traumáticas, restabelecemos o fluxo de energia psíquica o que promove algo muito importante para a nossa saúde, a criatividade! 

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