O princípio da Homeopatia é “semelhante cura semelhante”

Alguns textos que busquei na internet sobre homeopatia, trazem a ideia de que essa abordagem seria um tratamento alternativo, sem comprovação científica, semeando uma dúvida em relação a contribuição que esse tratamento pode trazer para nossa saúde física e emocional, sem os efeitos colaterais da medicação alopática e funcionando numa constância rumo ao desenvolvimento do organismo visto como um todo.   

Homeopatia é remédio! O tratamento homeopático é eficaz! 

O princípio da Homeopatia é “semelhante cura semelhante”. Vou dar um exemplo utilizando o café. Se você tomar café antes de dormir, ele poderá causar insônia, concorda? Se ele for diluído e ingerido (homeopatia Coffea), irá estimular a cura natural do organismo, equilibrando o seu sono. Trouxe este exemplo para ajudar a compreender o princípio da homeopatia “semelhante cura semelhante”, de que uma substância capaz de provocar sintomas em uma pessoa sadia, em doses diluídas pode tratar desses mesmos sintomas numa pessoa doente. 

Assim, o seu corpo recebe um estímulo para reagir e se equilibrar por si mesmo, muito diferente das medicações alopáticas que atuam no sintoma em detrimento do funcionamento do organismo como um todo. 

Essa é a grande diferença, que segundo o meu ponto de vista, inclui a confiança na pessoa a ser tratada e em todo sistema de forças que atuam dentro dela. 

Falarei sobre remédios homeopáticos pensando nos sintomas psíquicos relativos aos mesmos. (Mente equilibrada, corpo equilibrado)!

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Arnica Montana 

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Muitas pessoas, passaram por momentos muito difíceis na vida e ficaram marcadas por essas experiências. 

Tornam-se distantes, não gostam que toquem em seus corpos, também não falam de si mesmas.  

Tem uma aparência mais fechada, parecem tristes, mas na verdade estão lidando com suas dores. Essas dores emocionais, referente às difíceis experiências que passaram na vida, podem se manifestar em seus corpos, como por exemplo, no caso da fibromialgia, entre outras doenças. As dores corporais, em geral, são de origem psicossomática e podem ser tratadas com Arnica. 

Cada pessoa tem um limiar diferente no que diz respeito a suportar maior ou menor quantidade de sofrimento, portanto, fatores traumáticos variam de uma pessoa para outra e não existe sofrimento maior ou menor.  

Arnica apresenta alta sensibilidade, em geral é dócil e gentil, mas quando está diante de injustiças, principalmente em relação a vulneráveis, mostra um lado mais agressivo mudando completamente de postura. Também apresenta esse comportamento quando passa por julgamentos e críticas infundadas, sendo tomado pela ira diante dessas circunstâncias. 

O seu lado protetor também envolve compromissos com a natureza, animais e pessoas necessitadas, sempre ativo, oferecendo seus cuidados de forma natural e espontânea em relação a essas causas. 

Costumam em relacionamentos, passar por situações abusivas, que podem se estender desde o fazer tudo e em geral, sem reconhecimento, até violência física. Mantém essas relações, não porque “pertençam” a essas pessoas, mas muito mais por se sentirem incompetentes e incapazes de viver sozinhas. Não se percebem boas para nada. Presas no que diz respeito a realização própria, como se seu corpo estivesse amarrado e a partir daí, desenvolvem o sentimento de inutilidade. Não pedem ajuda, acham que dão conta de tudo, o que parece contraditório já que pela dificuldade em se perceber capaz, se ancoram em relacionamentos que como dito acima, em sua maioria, abusivos e que não trazem o apoio que eles buscam. 

Pode-se observar nessas pessoas momentos em que se sentem sem forças o que se manifesta como preguiça e dificuldade em realizar qualquer tarefa, acentuando a auto percepção (distorcida) de inutilidade e desprezo por si próprios.

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PULSATILA

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Silenciosa, com uma aparência plácida e meiga, esta pessoa se sente muito só, não importa quem esteja a seu lado. A sensação de abandono é sua companheira. Pode ser muito comunicativa, gostar de conversar e compartilhar experiências, simpática, mas no seu coração está pedindo apoio, amor e consolo. Ela gosta de ser consolada. Quando é acolhida, sente-se grata e feliz, mesmo que por pouco tempo. Diante disto pode-se supor que o contrário lhe faz muito mal e se recolhe, envergonhada. 

Tem um ideal no inconsciente humano, representada pela imagem mãe-bebê que é um arquétipo muito forte e pode estar impulsionando nossos relacionamentos de uma forma geral. Freud falava também de um desejo presente em todos os seres humanos, representada pelo retorno ao paraíso e que na verdade seria o retorno ao estado primordial que vivíamos quando estávamos no útero materno, esse estado de unidade com a mãe. 

Na Pulsatila esse movimento é muito forte. 

Só com a mãe ou substitutos(as) da mãe se sente seguro(a). Se apega a essas pessoas e vive por elas.  

Sua forma de relacionamento é fusional, o que pode trazer muitos conflitos para os pares em questão. As relações amorosas não correspondidas podem leva-la(o) a algum tipo de adição. Isso pode acontecer mesmo numa relação estável, pois o vazio está sempre presente já que relacionamentos baseados em utopias nos levam a grande frustração e sofrimento. Importante lembrar que Pulsatila agrava quando está só. Não consegue estar só sem sentir o vazio.  

Como podemos observar, não encontramos aqui uma identidade forte que permita a segurança interna que ela(e) busca. Isso pode nos fazer entender o porquê da sua procura por figuras maternas. Vale dizer que, “distantes da mãe”, podem deprimir. 

Vive imersa(o) em seus pensamentos, divagando, escolhe muitas vezes não se relacionar e não conversar, buscando isolamento, preferindo ficar deitada(o) em sua cama. Hoje, podemos pensar nas mídias socias e no seu uso para distrair nossas mentes e dessa forma, mantermos um distanciamento das pessoas e da vida, como uma substituição do devaneio. Pulsatila mais que deprimida, é ausente. 

Se for mulher, terá muita dificuldade com o sexo oposto, podendo sentir muito medo de se colocar como mulher e ser ridicularizada. Homens muito sensíveis e que só confiam em suas mães (ou protótipo de mãe), passam pela mesma dificuldade com as mulheres e daí vem o distanciamento do sexo oposto, podendo chegar a aversão.  

Magoadas(os) nas relações amorosas, choram e suspiram e são tomadas pelo ciúme ou algo parecido com controle, como uma reação que esconde a sua timidez e dificuldade em tomar uma atitude, como por exemplo, expor seus sentimentos verdadeiros e tentar resolver as coisas, exercitando assim, a sua identidade.  

Se demonstram preocupações com as pessoas e se mostram cuidadosas é porque precisam desenvolver um autoconceito positivo já que suas identidades que são muito frágeis e por um fio, precisam de uma referência positiva sobre si mesmas(os). 

Sobre seu humor, encontramos uma instabilidade: ora chorando, ora alegre. Quando pressionada, não consegue se expressar; nesses momentos, ela sai de cena e “sonha”. 

A medicação ajuda essas pessoas a desenvolverem mais confiança e firmeza em seus valores pessoais; também facilita a aquisição de comportamentos mais assertivos e a tomada de decisões.   

GELSEMIUM

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Temos aqui um remédio para pessoas que não conseguem se defender ou pelo menos, não conseguem imaginar como isso seria possível, diante da sua frágil constituição física e emocional.  

O corpo é o início de tudo! As sensações corporais é que   constituirão os alicerces para o desenvolvimento emocional. Estou me referindo aqui ao desenvolvimento do ego. Então, posso pensar nas sensações provocadas pelo funcionamento dos meus órgãos e posso pensar nas sensações provocadas pelas trocas que meu corpo realiza com o ambiente a partir da minha pele. Esta última é que nos interessa aqui. Nossas   sensações corporais são estimuladas pelo toque, contato, bem no início das nossas vidas e isso acontece num primeiro momento, realizado pela mãe ou alguém que esteja no seu papel. Essa estimulação não precisa ser perfeita e sim natural, boa o suficiente para que eu desenvolva o sentido de pele, que me separa do mundo que está lá fora e que me protege de tal forma que eu possa transpor esse mesmo conceito de pele, para minha vida psíquica e desenvolver a partir daí, esse senso de separação, de proteção contra invasões externas, de perceber o que é meu e o que não é meu.  

Falando do Gelsemium, ele se sente constantemente invadido, até mesmo pelo olhar de uma pessoa. Portanto, qualquer exposição para ele pode ser dramática. Também podemos pensar em qualquer fator ambiental que tenha esse caráter “penetrante”, como por exemplo, ambientes agitados, multidões, festas, comemorações, ou mesmo trovões, raios, fogos de artifício, luz forte, entre outras.  

Na escola, ficam paralisadas ou corados até mesmo quando escutam seu nome na lista de chamada é aqui, na escola que vamos perceber os efeitos negativos desta medicação por ser um lugar aonde a criança estará mais exposta. Estamos falando da criança, mas não será muito diferente na vida adulta. 

Então vamos deixar bem claro, que Gelsemium, quando diante de um observador, seja ele quem for, sente-se imediatamente invadido, perdendo toda noção que tem a respeito de si mesmo, entrando num estado de desorganizado, perdendo a memória e a concentração, sua faculdade intelectual fica diminuída, não conseguindo responder mesmo às questões mais simples.  

Não desenvolveu aquela defesa psíquica, semelhante a uma pele, que nos envolve, protege e integra, permitindo   uma percepção de dentro e fora de mim, a coesão interna, e a segurança, mesmo diante de situações perturbadoras. 

Vamos às características que podemos observar no Gelsemium: 

Emotividade exacerbada (sem pele, ela vaza). 

Medo, um medo tão grande que chega a tremer. Se estiver fazendo uma prova ou mesmo uma apresentação, suas mãos tremerão. Nas provas de trânsito, aonde temos um examinador, podemos observar esse tipo de sintoma. 

Memória e Inteligência diminuídas, devido à fatores emocionais decorrentes do medo. Com isso, vamos encontrar dificuldade em concentração, lentidão de raciocínio, não conseguindo pensar com clareza, preguiça e sonolência. 

Podem sofrer violência física e ou verbal de colegas e não reagir, fazendo com que não queiram ir à escola. 

Outro sintoma interessante é que quando têm um compromisso, se preparam horas antes pelo medo de chegarem atrasados. 

Estes sintomas, se não tratados, persistem na vida adulta trazendo muitos danos para o indivíduo em questão, já que envolve questões de identidade e segurança e também capacidade de lidar com estresse. Se não temos as defesas necessárias para nossa interação com o ambiente externo, isso resultará em vulnerabilidade, distúrbios psicológicos e somatizações. 

ACONITUM NAPELUS

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 Acredito que nunca o Aconitum esteve tão atual quanto nestes novos tempos. O mundo passou por transformações que abrangem todas as áreas da nossa vida, ganhou um movimento nunca antes visto, tudo parece acontecer muito rápido. Como fica o nosso corpo emocional diante disso tudo?  

Se nós não formos cuidadosos, esse ritmo acelerado pode nos invadir e isso, provocando sem nos darmos conta, perturbações até que os primeiros sintomas de ansiedade começam a surgir, dando lugar a outros, e dessa forma, podendo chegar ao pânico. 

Não devemos esquecer, que Aconitum é um veneno que quando ingerido, provoca arritmia cardíaca, formigamento ou dormência nos lábios, língua e extremidades, confusão, vertigem, dificuldades respiratórias, opressão no peito, sensação de frio ou sudorese, diarreia, náusea. Não são esses os sintomas que costumam aparecer nas crises de ansiedade?  

Esses efeitos só são possíveis porque o veneno penetrou no nosso corpo. Jung, quando fala do inconsciente coletivo, fala de uma força penetrante que atua sobre a humanidade, ou sobre um determinado grupo, moldando sua maneira de pensar, de sentir, e de se comportar diante de determinadas coisas, eventos ou mesmo da vida. E ele diz que para que possamos viver sem que sejamos tomados por essa força, precisamos primeiramente buscar nossa Individuação, conquistar nosso Self, e só então estaremos aptos para “receber as informações” do inconsciente coletivo. Caso contrário, seremos tomados por ele. E é como eu percebo o Aconitum, “tomado” pela agitação da vida e a partir daí, sempre ansioso.  

Falei do ritmo acelerado no qual estamos vivendo, falei da atuação da ação do inconsciente coletivo sobre a nossa individualidade e gostaria de me aprofundar um pouco nisso.  

O mundo está cada vez mais competitivo e a maioria das pessoas já se afastou de si mesmas e vivem em função de um grande Outro, que elas na verdade nem sabem quem é, no desejo de serem reconhecidas e aprovadas como alguém de valor, vão se deixando intoxicar por realidades que na maior parte das vezes, nem é a realidade que traria a satisfação desejada, pelo contrário, só aumenta as suas incertezas. Esse afastamento do próprio eixo, a partir da escolha de um eixo que não corresponde a sua demanda, provoca um desequilíbrio que vai afetar a estrutura da pessoa, trazendo para sua vida uma insegurança cada vez maior. Voltando ao que Jung fala, a partir da conquista do Self, pode-se conviver e compartilhar experiências com a humanidade, sem contaminação, compreendendo o seu lugar no mundo. 

STAPHISAGRIA

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Eis aqui uma personalidade interessante e que paga um preço muito alto para manter uma imagem positiva. 

Por alguma razão, desde pequeno, ele se vê como especial, o que ocasionalmente, pode leva-lo a momentos de fúria, frequentemente confundidos com birra. Na verdade, essa criança provavelmente foi mal interpretada ou mesmo acusada de algo que não fez. Pode ter sofrido também, algum tipo de injustiça e não conseguiu segurar suas emoções. Em geral, quando as coisas acontecem assim, frequentemente a seguir, ela adoece.  

Na vida adulta, ela já conseguiu um controle maior sobre as emoções e não importa o que aconteça, manterá a calma diante da situação, mesmo que lhe seja afrontosa. 

Isso porque o que Staphisagria mais preza na vida é a sua dignidade. Não pode mostrar fraqueza diante dos outros e para ele, as emoções, são fraquezas. Não deixa que elas interfiram em sua vida mantendo-as numa situação de controle e assim, sua postura diante da vida fica mantida. Como consequência, sente logo a seguir um cansaço inexplicável, desânimo e muitas vezes, falta de vontade de viver. 

Há casos em que pessoas Staphisagria passam por humilhações terríveis e mantém sua dignidade. Fiquei imaginando quantos negros de origem nobre foram caçados e trazidos ao Brasil como escravos, quantos judeus tiveram que se submeter às atrocidades que ocorreram nos campos de concentração e diante de tudo, mantiveram a sua dignidade! São situações que nos fazem pensar em Staphisagria. 

Também há aqueles, que se ofendem com as mínimas coisas, não reagem e guardam esse ressentimento dentro de si. 

Staphisagria fala dessa ofensa guardada, que não é expressa pelo excesso de orgulho e que causa danos no interior de uma pessoa. Se você olha para ela, parece que está tudo bem, mal podemos imaginar a dor e o sofrimento que carrega. 

Este remédio pode ajudar pessoas, que apesar de fazerem tudo certo, seguirem as regras, cumprirem com seus deveres e obrigações, foram desprezadas, injustiçadas, ofendidas e até mesmo agredidas e não expressaram a sua dor, apenas silenciaram. Staphisagria vai tratar as feridas que não cicatrizam, as dores acumuladas que endureceram e podem até mesmo se manifestar no nosso corpo. 

Em geral, podem desenvolver algum vício como: álcool, tabaco, sexo, entre outros.  

VALERIANA OFFICINALIS


Temos aqui um grande remédio, cujas propriedades produzem alívio para muitos sintomas decorrentes do desgaste a que estamos sujeitos neste momento da humanidade. O momento atual, oferece muitas oportunidades, abre para possibilidades que antes não conhecíamos, mas há um bombardeio de informações, há aceleração e isso, se não estivermos alinhados com o nosso coração, pode nos trazer alguns desequilíbrios.

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Atualmente, essas plantas têm sido exploradas por grandes laboratórios farmacêuticos, mas que em chás, em forma de tintura ou mesmo dinamizada, como na homeopatia, produzem um efeito igual ou melhor na sintomatologia clínica, segundo a minha experiência; assim, apresentam também uma vantagem econômica e a principal, é que é natural. 

Valeriana atua no SNC, então vamos lembrar quais funções o Sistema Nervoso Central regula! 

O Sistema Nervoso Central regula funções essenciais para a nossa sobrevivência e bem estar tais como:  

As funções básicas do corpo como respiração, batimentos cardíacos, digestão. 

Atua no Processamento sensorial, processando as informações recebidas pelos órgãos dos sentidos 

Controle do movimento, equilíbrio e postura. 

Comunicação e linguagem. 

Respostas de luta e fuga para enfrentar ou evitar perigos. 

O SNC, integra todas essas funções, permitindo nossa resposta adaptativa tanto ao ambiente interno quanto externo. Com esses dados, podemos fazer uma correlação com os sintomas que citaremos a logo a seguir. 

Mas antes, vamos fazer um pequeno levantamento da história da Valeriana na medicina.  

Hipócrates (460ac.- 370ac.), pai da medicina, utilizava esta planta e relata seus efeitos curativos nos seus escritos. Galeno (129-216) também relata o uso desta erva, e assim por diante, seu uso foi registrado como tranquilizante, trazendo benefícios aos insones, nos tratamentos das histerias, nos sintomas femininos, como cólicas menstruais, e outras disfunções referentes ao ciclo feminino, incluindo os da menopausa. Usado também nas cólicas estomacais e outras disfunções referentes a esse órgão, como vômitos, espasmos, refluxo, gases, entre outras.   

Paracelso, séc. XI, utilizava Valeriana para o tratamento das convulsões nos casos de epilepsia e conta-se que na segunda guerra, ela foi administrada aos soldados para o tratamento de ansiedade e TEPT. 

Valeriana, acalma e silencia a mente. Produz uma sensação de bem estar e leveza, permitindo que uma pessoa que esteja passando por perturbações e mesmo pressões diante da vida, ganhe um espaço para poder olhar com outros olhos para aquela mesma situação, de forma mais equilibrada. Diminui a aceleração e permite o repouso. Quando estamos inundados por problemas e preocupações, ocorre uma alteração no ritmo do nosso organismo, e esse estado de agitação, vai afetar, caso persista, o funcionamento dos nossos órgãos. Nesse estado, acontece uma descentralização, ou seja, perdemos o nosso centro organizador em função das pressões vindas do exterior e ficamos à deriva. Entre os sintomas mentais atribuídos a Valeriana, há o relato da sensação de “flutuar no ar”.  

Outro sintoma que é observado, é o esgotamento. Tão interessante que se encontra esgotado e não consegue dormir. 

Todos os sintomas citados podem estar relacionados com uma disfunção do SNC, lugar aonde a Valeriana atua, trazendo ao paciente, uma sensação de equilíbrio e bem estar. 

Atualmente tem sido feitos estudos sobre a atuação da Valeriana nos casos de TDAH, mas estas pesquisas ainda não estão concluídas.  

HYPERICUM PERFORATUM

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Tem sido usado desde a antiguidade no tratamento de problemas nervosos, queimaduras e algumas feridas. 

Uma curiosidade sobre a planta, é que também era popularmente utilizada para espantar maus espíritos. 

Mas sua atuação como antidepressivo natural tem sido amplamente estudada e confirmada devido aos seus princípios ativos que qualificam essa medicação como pertencente à classe dos antidepressivos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina, sendo indicada para depressões leves e moderadas.  

Na homeopatia, é amplamente utilizada para o tratamento de traumas físicos que provocam lesões nervosas, principalmente nas mãos e nos pés e também no tratamento do Tétano. Há estudos que também comprovam sua ação antiviral e antibacteriana. 

Algumas pesquisas observaram um aumento da velocidade na aprendizagem, utilizando o hypericum em seus experimentos; em outras ele é indicado para tratamento de TDAH. 

(Obs. Se você estiver tomando Hypericum na forma de chá, comprimidos ou mesmo tintura, busque a opinião do seu médico pois ele interage com outras medicações). 

CHAMOMILLA

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Você que é mãe, cuida ou cuidou de crianças, já deve ter passado pela experiência de não conseguir acalmar de jeito nenhum seu mau humor ou choro. 

Por mais que tente, nada dá certo e você percebe que ela nem sabe o que quer. Está agitada, impaciente, hiperativa, brava.  

Se é um bebê, melhora com o balanço do berço ou colo. 

Ela é hipersensível, então qualquer ruido pode causar irritação, o mesmo vale para a dor, que para ela é algo muito difícil de sentir, podendo leva-la a explosões de raiva. 

Mas mesmo sem qualquer fator ambiental adverso, ela estará em geral, insatisfeita e de mau humor. 

Quando está irritada ou mesmo colérica, piora quando se percebe observada, ou quando tentamos acalma-la com palavras. Nesses momentos, por ser hiperestésica, ela pode ser não somente verbal, mas fisicamente agressiva. 

Fica mais calma no colo ou andando de carro. 

Na vida adulta, essa insatisfação persiste, seguida de mau humor e agressividade. 

Deseja intensamente algo, mas assim que consegue, não quer mais; sempre agitado(a), muda as coisas de lugar, não consegue ficar em estado de repouso ou tranquilidade. 

Procura pelas pessoas, mas sempre acaba falando algo que machuca ou ofende e mesmo percebendo, pedindo desculpas, volta a fazer tudo novamente. Se questionado(a) sobre isso, diz que não consegue fazer diferente. 

Seu mau humor pode lhe custar alguns sintomas físicos, mas tem muita dificuldade em procurar um médico. 


THUYA OCCIDENTALIS

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São pessoas muito ligadas ao que acontece à sua volta, no que diz respeito aos outros. É como se estivessem o tempo todo antenados, o que permite que elas simulem comportamentos “adequados” e possam fazer parte de um grupo. Quando estão entre estranhos, se sentem muito incomodadas porque não sabem que padrão de comportamento devem seguir. 

Isso acontece porque se acham diferentes e tem uma percepção distorcida a seu próprio respeito. Não se sentem iguais ou pertencentes, passam então a atuar e temem que descubram a verdade sobre elas. Sentem vergonha de si mesmos, podendo atribuir algum motivo a isso como: sou pobre, meu pai é alcoolista, por exemplo, coisas que escondem a todo custo.  

Mas o que mais chama a atenção no Thuya, é a dificuldade que apresenta em lidar com seu mundo interno e as fantasias que acontecem no seu interior.  

Talvez pela educação rígida a que foi sujeito ou pelo seu contexto cultural e religioso, ao se deparar com certos pensamentos ou imagens, dentro de sua mente, sente-se sujo, feio, inadequado. Soma-se a isso, uma visão distorcida do seu corpo e acha que não corresponde ao padrão de beleza esperado.   

Em relação aos pensamentos, tenta afastá-los, criando alguns rituais que devem ser seguidos religiosamente e caso falhem em sua execução, entram em estado de ansiedade, como se tivessem falhado e corressem o perigo da manifestação ou mesmo revelação, daquilo de que tanto se envergonham. Surge então, um sentimento de inutilidade e insegurança podendo indicar uma forma de depressão.  

Ele pode ter a sensação de ser duas pessoas, ou de viver uma vida dupla. Na maioria das vezes, na história da pessoa, não se encontra nenhum comportamento, algo que ele possa ter feito, que justifique o raciocínio distorcido e vergonhoso que desenvolveu sobre si mesmo. 

Sente-se frágil, tem medo de se quebrar como se fosse feito de vidro, mas essa fantasia, vejo que tem base na fragilidade da base em que foi desenvolvida a sua identidade, aonde só se relaciona e é acolhido e respeitado se corresponder às condições impostas pelo outro. Suas relações são condicionais, caso contrário, terá um fim catastrófico para ele. Portanto, não se sente seguro em seus vínculos que podem quebrar a partir do momento em que descobrirem o que ele esconde, coisa  

que ele mesmo não aceita e confunde com quem ele é. 

CYCLAMEN

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Quando uma plantinha está nascendo, precisamos ter muito cuidado com ela pois se ela for pisada, logo no início, pode apresentar algumas disfunções quanto ao seu desenvolvimento. Digo isto, pensando em algumas culturas ou mesmo na cultura particular de algumas famílias, que não conseguem perceber que seus filhos são pequenos e não conseguem ainda manejar o ambiente ou mesmo compreender determinadas situações do mundo adulto. São crianças, estão em desenvolvimento, então vão derrubar coisas, quebrar, vão fazer birra, chorar, podem ser impulsivas ou lentas, enfim, estão na infância, em pleno campo de treinamento e, portanto, os erros farão parte desse processo. 

O Cyclamen, não foi tratado como criança; dele foi exigido muito, coisas que não conseguiria dar conta e não porque estivesse em oposição aos pais, mas porque ainda não estava, inclusive neurologicamente pronto para isso. 

O que ficou para ele foi outra coisa e, portanto, desenvolverá um sentimento de culpa de caráter onipotente, que será sua marca registrada. (aqui podemos pensar no sentimento de onipotência, que acontece no início das nossas vidas e que vai ganhando realidade, conforme nos desenvolvemos emocionalmente). 

Essa culpa pode incorporar um forte caráter moral e religioso, fazendo com que essas pessoas sejam muito rigorosas consigo mesmas. O que pode ser observado aqui, em casos mais sérios, é uma tendência ao recolhimento, lugar aonde fará uma escolha para o isolamento, sem falar de si, preferindo o silêncio.   

Pode desenvolver defesas de negação e fuga diante do seu sofrimento, dedicando-se à alguma atividade que lhe propiciam a evitação de entrar em contato com todo o fardo pesado que sua culpa se lhe impõe. 

Conversando com Cyclamen, você vai perceber sua tristeza consigo mesma, a dor diante da vida e as ideias presentes de que todos os problemas que aconteceram em sua vida, em sua família, no seu trabalho, partiram de um erro seu. 

Através do desenvolvimento de um outro olhar, para a sua vida, reorientando seus vetores de uma forma mais realista, poderá olhar para a criança que foi com compaixão e dar o acolhimento que ela tanto precisa, ser mãe de si mesma, ato que lhe permitirá sair da posição de solidão e abandono a que foi sujeita em sua vida.  


Referências Bibliográficas 

GARCIA, Manoel Blaz. Homeopatia: uma terapia prática e suave no lar. 2004 

DUFILHO, Robert. Os sintomas mentais em homeopatia: psiquismo da criança e psiquismo do adulto. Organização Andrei Editora, 1996. 

MCNAMARA, Rita J. A busca de equilíbrio: integração psicofísica e teoria vibratória. Editora Ground, 1991 

ALGAZI, Jacques. Homeopatia em psiquiatria. Organização Andrei Editora, 2003. 

JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Editora Vozes.  

MCDOUGALL, JOYCE. Em defesa de uma certa anormalidade. Editorial Via Lettera. 

FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Traduzido por C.J. Sonensegel. Edição Kindle. Convivium, 2025. 

MENNINI, T; GOBBI, M. The antidepressant mechanism of Hipericum perforatum. Life Sciences, v.75, n, 9, p. 1021-10027, 2004. Elsevier. 

ALVES, A. C. S.; D. C.; DE FREITAS, G. B. L.; D.J. Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos do Hypericum perforatum L. Revista Brasileira de Plantas Medicinai, v.16, n.3, p. 593-606, set. 2014. 

ALL THINGS HOMEOPATHY. Matéria Médica Séries #14 Staphysagria. 2023.
ALL THINGS HOMEOPATHY. Matéria Médica. Séries #4 Thuya. 2021.

 

 

 

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